Investigação

Dono de cabanha da Região Central é preso em operação policial

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A Operação Kamikaze, realizada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria Geral da União (CGU), nesta quinta-feira, no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso, resultou na prisão de um empresário que é suspeito de fraudar licitações e obter contratos públicos de prestação de serviços. O contador gaúcho Luís Felipe Da Pieve, 51 anos, já foi denunciado mais de 20 vezes à Justiça Federal. Em 2009, época considerada a do início da derrocada financeira de Da Pieve, ele teve bens penhorados, incluindo animais da cabanha Maldonado, em Caçapava do Sul, onde havia 70 cavalos de raça. Em 2011, foram encontradas na fazenda 30 carcaças de cavalos que morreram de fome ou por doença, e o caso acabou sendo denunciado à Justiça por crime ambiental e crueldade contra os animais.

Na época, um funcionário da fazenda contou que os proprietários haviam abandonado os animais. "Eles estão passando fome, magros, e não sei até quando vão sobreviver", disse, na ocasião, uma das fiscais da prefeitura que esteve na cabanha. Da Pieve negou o crime e disse que as mortes ocorreram porque os animais eram velhos e não haviam resistido ao frio.

Segundo a Polícia Federal (PF), Da Pieve comandava uma "rede" de 17 empresas que, durante uma década, assinou contratos de prestação de serviços gerais para órgãos federais em cinco Estados. Elas ganhariam concorrências a partir de documentos falsos e, depois, sonegariam encargos e salários a empregados. Os golpes somariam R$ 40 milhões. Tudo isso articulado de dentro de duas modestas salas comercias na Rua Caldas Junior, no centro de Porto Alegre, onde ele instalou mesas, cadeiras e computadores. Entre documentos e pastas, Da Pieve fazia refeições e dormia sobre um colchão surrado.

A ação foi comandada pelo delegado Guilherme Torres, chefe do Núcleo de Inteligência da PF de Mato Grosso. Da Pieve foi preso temporariamente sob suspeita de fraude em licitação e associação criminosa. No local, a PF apreendeu documentos e uma carteira de identidade falsa. Outras duas pessoas, em endereços diferentes, foram levadas para depor.

No ano passado, o nome do contador figurou como 12º na lista dos maiores caloteiros da Justiça do Trabalho no Rio Grande do Sul, com 83 dívidas pendentes.

O Diário tentou contato com um dos advogados do empresário, mas não foi atendido. Uma mulher que, na época, foi denunciada à Justiça por crime ambiental e maus-tratos aos animais por ser sócia de Da Pieve na Cabanha se disse surpresa com a prisão dele, mas afirmou não ter nada a declarar sobre o caso.

Hoje, os cavalos que sobreviveram estão irreconhecíveis, muito bonitos. Naquela época, não tinham a menor condição de sobrevivência afirma Marcos Munhos Suanes, que cobra judicialmente uma dívida trabalhista, e ficou como fiel depositário dos 32 cavalos que sobreviveram e estão em Lavras do Sul.

Com informações da Zero Hora

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